terça-feira, fevereiro 14, 2006

AS FALÁCIAS DA LEUCOTOMIA
Nota de abertura

Diria que é quase psicótico o discurso que se vai proferindo um pouco por toda a parte sobre a leucotomia pré-frontal. Cospem-se disparates com tanta convicção que mais uma vez a sabedoria popular se revela eficaz na caracterização: uma mentira repetida várias vezes torna-se verdade. Bem dito bem feito. Hoje, com a cagança que sabemos tudo o que os outros não sabiam e do alto da cátedra da moral e da ética, vamos reduzindo à insignificância uma figura ímpar na História de Portugal e na História da Medicina Mundial. Em grande parte essa redução é feita através de uma passividade quanto à reposição da verdade histórica. Permitimos que lá fora se diga praticamente o que se quiser sobre Egas Moniz sem que surja espontaneamente, ou não, um nonagésimo de pro-activismo no contraditório. Quer dizer. Lá fora e cá dentro. Sobretudo cá dentro. Sobretudo porque a conversa em torno de Egas Moniz acontece envolta de uma atmosfera falaciosa que favorece o discurso ad hominem. E isso nós sabemos fazê-lo como ninguém. Mas este blogue não surge como justiceiro ou vingador. Surge sim como caderno de apontamentos de tudo aquilo que encontrarmos sobre a leucotomia pré-frontal. Propomo-nos a atar e desatar todos os nós cegos, e esperamos no final produzir uma exegese rigorosa que coloque a leucotomia pré-frontal na correcta perspectiva histórica.

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